A População em 2050

Como seremos e como viveremos daqui a cerca de duas décadas e meia, segundo diversas opiniões abalizadas, sobretudo por parte de cientistas e de estudiosos.

NOTA. "Esta é a segunda parte do artigo "O Ano de 2050" e apresenta algumas ideias sobre como poderá vir a ser a população humana em 2050. Os cenários e considerações aqui apresentadas foram reunidos na sequência de um trabalho aturado de pesquisa realizado a partir de diversos reportagens, entrevistas, notas informativas e artigos genéricos publicados na internet. De salientar que este artigo não serve outro objetivo que não seja o de apenas proporcionar alguns momentos de leitura (interessante) aos nossos sócios, não existindo qualquer intenção comercial ou de promoção pessoal, por parte de quem quer que seja. Como a sua opinião é importante para nós, solicita-se que preencha o questionário no final do artigo (demora apenas alguns segundos). Obrigado".

Data: junho de 2023


Algumas considerações iniciais.

Quantos seremos em 2050? Será que viveremos mais tempo?  E se for assim, viveremos com saúde, mesmo em idades mais avançadas? Como é que nos estruturaremos enquanto sociedade? As organizações importantes que existem atualmente - como os Estados, as Religiões, os Partidos Políticos, os Sindicatos, etc, - continuarão a ter o mesmo papel e influência que hoje têm nas nossas vidas? E o "mundo do trabalho", mudará muito em consequência da progressiva automação e da Inteligência Artificial que hoje em dia dá os seus primeiros passos?


São questões que irei abordar nesta 2ª parte do artigo "O Ano de 2050" e às quais tentarei dar algumas respostas, tendo como base os estudos e opiniões que têm sido publicados por diversos cientistas e pensadores atuais. No entanto, não é demais enfatizar que este artigo não é (nem pretender ser) um artigo científico. É apenas uma tentativa de proporcionar alguns momentos de leitura agradável aos leitores.

Quantos seremos em 2050?

De acordo com o estudo "Perspectivas Mundiais de População", publicado pela ONU, em 2019, a população mundial ultrapassará os 9 mil milhões de habitantes em 2050 (um aumento de 30%). A explosão demográfica ocorrerá principalmente nos países em desenvolvimento, sobretudo na África subsariana onde se estima que concentrará cerca de 25% da população mundial.


Este aumento dever-se-á, sobretudo, ao aumento de esperança média de vida, ao próprio aumento da população e à migração internacional uma vez que os países que tradicionalmente recebem migrantes oferecem maiores expectativas de vida para os recém-chegados.


O mesmo relatório confirmou ainda que a população mundial manterá a tendência atual de um progressivo envelhecimento devido a um aumento da expectativa média de vida, a taxas de fertilidade descendentes, a políticas de controlo de natalidade e às inovações que irão surgir na área da medecina.

Em 2050, de acordo com uma projeção feita recentemente, os países com maior população serão, por ordem decrescente: a Índia com 1,668 mil milhões de habitantes; a China com 1,317 mil milhões; os EUA com 375 milhões; a Nigéria com 375 milhões; o Paquistão com: 366 milhões; a Indonésia com 317 milhões; o Brasil com 231 milhões e o Congocom 215 milhões de habitantes. Sendo de sublinhar que esta explosão demográfica ocorrerá principalmente nos países em vias de desenvolvimento.


Um novo estudo desenvolvido pelo Clube de Roma (uma ONG que se dedica à discussão de temas ligadas ao ambiente e desenvolvimento sustentável, nomeadamente a "interação do homem e o meio ambiente, levando em consideração o aumento populacional e o esgotamento dos recursos naturais"), prevê que o número máximo de habitantes do planeta Terra será atingido já em 2050, com uma descida acentuada durante a segunda metade do século XXI..

Como viveremos em 2050?

Em 2017, a expectativa de vida ao se nascer era de 72 anos. Em poucos anos poderá aumentar para 77 e, nos países desenvolvidos, para 85. Se levar uma vida saudável, o homem poderá viver até 120 anos, devido aos avanços que a medicina terá


Em 2050, o mundo terá muito mais idosos e menos natalidade, estimando-se que o número de idosos, com 60 anos ou mais, duplique até 2050 e mais do que triplique até 2100, passando de 962 milhões em 2017 para 2,1 mil milhões em 2050.


Provavelmente, em 2050, a maternidade aos 60 anos não será algo polêmico. Com o progresso da expectativa de vida, nesta idade as pessoas poderão sentir-se como se tivessem 40 anos e os riscos serão muito menores.

Além disso, a aplicação das tecnologias da informação e as comunicações na prevenção, diagnóstico e tratamento das doenças (o que veio a ser denominado e-saúde) melhorarão rapidamente a assistência à saúde.


Em 2050 já será possível utilizar, com segurança, a tecnologia CRISPR (Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats) com a qual será possível modificar facilmente o genoma dos seres vivos na prevenção de algumas doenças, alterando o DNA de uma pessoa.


Os avanços da engenharia genética indicam a proximidade do “Santo Graal” ou seja, a possibilidade de reduzir ou reverter – o envelhecimento das células, e assim estender a expectativa de vida dos humanos.


Todos os cancros terão cura graças à utilização de um tratamento personalizado baseado no genoma e na detecção precoce de tumores graças à detecção de marcadores tumorais em exames de sangue.

A crer em diversas notícias vinda a público, está em desenvolvimento uma nova tecnologia que poderá vir a ser a sucessora do CRISPR. Trata-se das recombinases, enzimas que permitem modificar a estrutura do genoma produzindo menos erros e de forma ainda mais simples. Com esta nova técnica, terá sido já crida uma bactéria com 67% do genoma editado, resistente a muitos vírus e o objetivo  será criar imunidade a todos os vírus conhecidos.


Recentemente, cientistas norte-americanos apresentaram ao mundo uma novidade surpreendente. Eles criaram os primeiros robôs vivos desenvolvidos a partir de células-tronco retiradas de sapos. Os chamados xenobots têm menos de 1 milímetro, por isso podem até viajar por dentro do nosso corpo. Em termos práticos, o xenobot é um biorrobô programável que, por exemplo, poderá levar medicamentos diretamente a um órgão ou desentupir uma artéria. As possibilidades são imensas.

É de crer, igualmente, que em breve iremos testemunhar uma autêntica revolução que modificará a condição humana.


É expectável que, até 2050, o "código cerebral" poderá ser completamente decifrado - algo semelhante ao genoma humano - revelando a atividade do cérebro, e que revelará, pela primeira vez, como 85 bilhões os neurônios disparam e se conectam entre si para gerar ideias, memórias, emoções, imaginação e comportamento, a essência do que somos e tudo o que acontece na mente humana.


Isso beneficiaria pessoas que sofrem de problemas cerebrais, aumentando a capacidade mental.


De facto, esta tecnologia poderá vir a ser decisiva para os próximos anos, quando combinada com edição genética, computação e inteligência artificial.

A engenharia genética, a integração da cibernética no corpo humano, os robôs e a inteligência artificial já estão disponíveis e, em 2050, deverão ajudar a melhorar a saúde e a qualidade de vida de forma muito significativa.


As roupas também poderão trazer novas capacidades aos humanos. Além de exoesqueletos, alguns visionários citam calças que irão tornar a corrida mais fácil ou roupas que poderão melhorar a força das pessoas. As próteses, que já começam a ganhar funções especiais, deverão se popularizar nos próximos 10 anos.


Os cientistas anunciam para 2050 um mundo mais próspero, culturalmente preparado para acolher pessoas vivendo vidas mais longas e saudáveis. De facto, o envelhecimento populacional será uma das transformações sociais mais significativas do século XXI.

Existirá uma nova faixa social em 2050?.

Em 2050, as pessoas irão desfrutar de bem-estar geral, diminuição e controle de doenças e boa saúde até ao fim das suas longas vidas.


Conquanto esta visão de uma sociedade envelhecida e próspera é uma aspiração antiga, muitos cientistas concordam que ela poderá vir a ser uma realidade num futuro próximo.


Assim, estará a surgir uma nova faixa social que não existia antes: um grande número de pessoas que terão setenta, oitenta ou mais anos. Uma geração que expulsou da sua terminologia a palavra "envelhecer".


É uma verdadeira novidade demográfica, semelhante ao surgimento da adolescência em meados do século XX.

São homens e mulheres independentes que trabalharam durante muito tempo e conseguiram mudar o significado sombrio ao conceito de "trabalho".
 
Muitos deles procuraram e encontraram a actividade que mais gostavam e na qual ganham a vida. É por isso que se sentem plenos; alguns nem sonham em se aposentar. E os que se reformaram desfrutam plenamente de seus dias e do seu tempo livre, sem medo do ócio ou solidão, crescem internamente.


São pessoas de 70, 80, 90 anos (ou mais), ainda ativos e saudáveis, que gozam a vida na sua plenitude e que fazem parte de uma nova faixa social, para a qual ainda não existe um nome. Antes, os que tinham essa idade, eram velhos. No futuro, não o serão; estarão ainda na sua plenitude física e intelectual.


Como solução para anular o desequilibrio das contas da Segurança Social, devido ao envelhecimento da população, as máquinas pagam o imposto pelo seu trabalho.

Ter ido a um lugar sem lá ter estado!

No futuro, as fronteiras entre o mundo real e os mundos virtuais acabarão por se tornar difusas.


O desenvolvimento das tecnologias de realidade virtual será tal que as viagens virtuais (imersivas) serão quase tão boas como as reais (sem os inconvenientes destas.


Os turistas virtuais poderão ver qualquer ponto de referência nos mínimos detalhes de qualquer ângulo e desfrutar de uma experiência sensorial completa. Será possível ouvir os sons das Cataratas do Niágara, passar as mãos pelas paredes de pedra de Machu Picchu, sentir o cheiro do pão fresco em um mercado siciliano ou sentir o balanço de uma ponte suspensa na montanha enquanto caminha sobre ela.

As viagens turísticas no espaço e no tempo (ao passado da nossa história) serão uma realidade graças à realidade virtual emersiva. Iremos visitar um local que sempre quisemos ver ou a um "ponto" da história que sempre quisemos estudar, sem sairmos do local onde nos encontramos e com uma "realidade" que satisfará os nossos sentidos.


Os "espaços" de realidade virtual serão cada vez mais sofisticados e servirão muitas e diferentes finalidades, desde jogos imersivos, consultas a profissionais à distância, turismo virtual, conferências de trabalho com avatares, universos ficcionais de lazer e descobertas.


Em 2050, a realidade aumentada tornar-se-á, seguramente, de utilização corriqueira em numerosas cidades, museus ou centros comerciais. O próprio ensino irá beneficiar do enorme desenvolvimento tecnológico da realidade virtual, A sala de aula e as técnicas de ensino sofrerão mudanças radicais para benefício da aprendizagem e dos alunos.

Como nos organizaremos como sociedade?

Em 2050, a população será muito mais urbana. Cerca de 70% da população mundial (hoje são 50%) viverá em cidades inteligentes (smart & cibercities) e em pequenas ecovilas integradas e auto-sustentáveis. O número de megalópoles com mais de 20 milhões de habitantes irá aumentar progressivamente.


As fronteiras dos países serão ínfimas e existirão apenas para fins de organização e eficiência.


A globalização seguirá o seu curso, o que se traduz, em 2050, numa crescente interligação das economias, empresas, culturas, redes de comunicação e informação.

Acentuar-se-á o movimento de individualização nas sociedades ditas desenvolvidas: a realização física e mental, a busca de sentido e a procura interior serão, mais que nunca, aspirações centrais.


Um número crescente de indivíduos irá rejeitar as normas sociais referentes a idade, sexo, status profissional. Cada um quer afirmar sua personalidade, seus valores, suas preferências, sua sensibilidade.


As instituições tradicionais tenderão a perder importância.


A emancipação progressiva dos indivíduos face a instituições que ainda hoje estruturam largamente as organizações coletivas (Igrejas, Estados, sindicatos e partidos políticos etc.) antecipa um novo tipo de relações sociais regidas pelas emoções e sensibilidades partilhadas. A influência das religiões tradicionais tenderá a decrescer devido a desvios, escândalos e sentimento de perda da liberdade individual.

O rendimento mínimo universal será uma realidade difundida em mais de 90% dos países e será suficiente para que todos tenham uma vida digna (direito à alimentação, saúde, educação, casa, saneamento básico, energia, conectividade e conforto material.


As expectativas dos cidadãos em relação ao Estado serão cada vez mais ambivalentes. O Estado deverá proporcionar um número crescente de serviços básicos (a começar pelos de segurança física, ambiental, social) e,  crescentes garantias contra toda e qualquer forma de restrição coletiva.


Espera-se do Estado uma organização eficiente dos serviços públicos e a elaboração de regras de direito simples fundadas na tolerância para estruturar as relações sociais e a arbitragem das dissensões.


Os movimentos políticos serão cada vez mais efêmeros.

E quanto ao mercado de trabalho?

Pesquisadores das universidades de Oxford e Yale, num estudo conjunto chegaram à conclusão que as máquinas superarão os humanos nos finais da década de 2050.


Máquinas inteligentes liderarão e executarão mais de 70% das profissões atuais. A logística e a burocracia da vida será resolvida por robôs.


Transportes, saúde, ciência, finanças e até o setor militar sofrerão transformações a níveis difíceis de imaginar. Até 2050, a revolução digital implicará o desaparecimento de várias profissões, devido à automatização das funções. Muitos milhões de pessoas poderão perder os seus empregos na área de contabilidade, comércio presencial, na banca e seguradoras, na área dos serviços (pessoal administrativo). Outros como condutor de camião; operário de linha de montagem; professor de nível básico e médio; segurança; servente de obras, poderão sofrer o mesmo destino.

A revolução digital e, em particular, a Inteligência Artificial, terão um impacto profundo no mundo do trabalho e nas funções que estão disponíveis atualmente. Esta conseguirá ajudar e em última instância irá certamente substituir muitos trabalhadores em funções específicas e que irá desempenhar melhor.


O futuro da tecnologia passará também pela hiperautomação, combinando as ferramentas capazes de substituir o homem nas suas tarefas repetitivas e complexas (tarefas operacionais) com outras mais complexas como a aprendizagem e a tomada de decisão; as chamadas “capacidades humanas”.


Máquinas inteligentes liderarão e executarão mais de 70% das profissões atuais, em sintonia e empatia com o ser humano e com todas as formas de vida no planeta. As crianças de hoje irão, no futuro, desempenhar funções que ainda não foram inventadas.

No próximo artigo iremos ver como poderão ser as Cidades em 2050.


Inquérito de Satisfação:

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No próximo artigo iremos ver como poderão ser as Cidades em 2050.

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