Como é que serão as cidades no futuro? Continuarão a estar organizadas em "torno" e subjugadas pelo automóvel? E a medicina continuará a ser eminentemente correctiva, como ainda acontece hoje em dia? Que novas tecnologias estarão disponíveis para serem utilizadas no ensino? E quanto às preocupações atuais relacionadas com o ambiente, como vai ser o futuro? E a população humana, seremos diferentes e viveremos mais tempo? Como é que se organizará o trabalho, sobretudo em áreas de atividade determinantes na nossa sociedade atual, como na saúde, nos serviços, na administração pública, na indústria, na agricultura, no ensino? E as viagens a longa distância, serão feitas como? E as viagens no espaço, serão já uma realidade "normal"?
Estas questões entre muitas outras igualmente interessantes, se respondidas, dar-nos-iam um vislumbre sobre o tipo de vida que os nossos netos poderão vir a ter nesse "admirável" mundo novo.
Considerando o ritmo a que as inovações tecnológicas disruptivas (que provocam uma ruptura com os modelos já estabelecidos) se têm sucedido ao longo do último século (sobretudo nos últimos 30 anos), em comparação com os dezanove séculos anteriores, estou certo que muitos de nós viventes, se retornássemos à Terra daqui a trinta ou quarenta anos, pensaríamos que tínhamos aterrado num mundo muito diferente.
E o que poderemos encontrar? Segundo alguns, muito provavelmente encontrariamos:
Sendo de sublinhar que muitas das tecnologias que possibilitam estas novidades já se encontram disponíveis nos dias de hoje!
Mas nem todos ficariam surpreendidos. Alguns dos nossos contemporâneos estão envolvidos nessa evolução, contribuindo com as suas inovações e influenciando as tendências que são seguidas por outros projetistas, cientistas, pensadores e decisores. Assim, as inovações tecnológicas mais recentes e as tendências atuais que estas viabilizam permitem já elaborar respostas, com alguma “segurança”, a algumas das questões anteriormente formuladas.
Assim, e tendo como inspiração propostas e teses já publicadas, propus-me estabelecer uma referência temporal não muito longínqua (mas suficientemente distante), para responder ao essencial dessas questões. O ano considerado será a pouco mais de um quarto de século da data atual; será 2050.
Quanto aos conteúdos que aqui serão publicados, eles resultarão de uma certa parcialidade – a minha opinião – uma vez que todas os cenários aqui desenvolvidos foram escolhidas entre aqueles que pesquisei e que me pareceram mais sólidos e com os quais eu mais me identifiquei.
Antes de tentar dar respostas às questões que formulei sobre como será o futuro, é importante apresentar uma breve síntese sobre as inovações tecnológicas dos últimos 100 anos de forma a melhor contextualizar e a dar credibilidade aos cenários que irão ser apresentados para o ano de 2050.
Assim, as maiores invenções durante esse período de tempo terão sido: o modelo T da Ford (1908), por ter revolucionado a indústria automobilística e mudado o conceito de mobilidade urbana; a descoberta da penicilina (1928), que levou à criação dos antibióticos; o primeiro homem no espaço, (1961), do qual resultou a corrida para o espaço e o aparecimento da comunicação via satélite que mudou a forma como as pessoas comunicam; o computador pessoal da Xeroz (1972), que abriu um mundo de possibilidades em termos da sua aplicação prática a muitas atividades humanas e a internet, (1989), um sistema de intercomunicação e conexão entre computadores, que mudou o mundo de uma forma avassaladora.
Segundo Thomas Friedman, um conhecido colunista do The New York Times "a velocidade de avanço das tecnologias superou a capacidade humana". Ainda segundo ele "estamos num momento em que tecnologia está a evoluir mais rápido do que a capacidade humana e o ponto de inflexão terá sido em 2007, ano em que a Apple lançou o primeiro iPhone, em que os softwares que serviram de base para a computação em nuvem foram lançados, em que a Google lançou o Android; a IBM lançou o Watson e o custo do sequenciamento de DNA e da energia solar começaram a cair". "Foi o principal ponto de transição da tecnologia desde Gutenberg".
Atualmente, as nossas vidas estão bem diferentes do que eram em 1999 e qualquer viajante do tempo que viesse de 1999 para este ano acharia, provavelmente, que muito mais tempo teria durado a sua viagem.
Não só as máquinas avançaram muito mais do que poderíamos imaginar nesses cerca de 20 anos, mas nossos próprios hábitos e modo de vida já mudaram tanto que as coisas que fazíamos em 1999 parecem tão antiquadas que dá a impressão de que "uma vida", e não apenas pouco mais do que duas décadas se passaram durante esse meio tempo.
Falar de mudanças operadas durante a última década é falar da Indústria 4.0, ou a quarta revolução industrial, liderada pela digitalização, pela conectividade, pela internet das coisas e pelas máquinas ensinadas a pensar.
Atualmente, as tendências mais importantes da inovação tecnológica são:
Algumas evidências recentes sugerem que o xadrez terá sido inventado na China, em 204–203 a.C., por Han Xin, um general, para dar às suas tropas algo que fazer durante um acampamento de inverno.
Já segundo a lenda mais popularizada, o jogo do xadrez terá sido inventado na Índia, durante o reinado de Sheram que, maravilhado com o jogo, mandou chamar o seu inventor – Seta, um homem de origem modesta – e lhe comunicou que "para o recompensar lhe daria o presente que ele quisesse receber".
Seta, depois de pensar cuidadosamente na oferta, respondeu alguns dias mais tarde: “meu senhor, desejo que pela primeira casa me dê um grão de trigo; pela segunda casa, peço que me entreguem dois grãos de trigo; pela terceira casa, quatro grãos; pela quarta casa, oito; pela quinta casa...”.
Ao que o rei Sheram retorquiu: “basta! Será entregue a você o trigo correspondente às 64 casas do tabuleiro, tal como é o seu desejo; para cada nova casa, o dobro da quantidade da casa anterior. Entretanto, o seu pedido é indigno da minha benevolência. Ao me pedir um pagamento tão ínfimo, você menospreza de maneira irreverente a minha recompensa.”
Os matemáticos do rei, após muitos e aturados cálculos e tendo chegado a um número total final, informaram o rei que para satisfazer o pedido de Seta seria necessário que que todos os reinos da Terra fossem convertidos em plantações, mandados secar os mares e oceanos, derretido o gelo e a neve que cobrem os longínquos desertos do Norte e que, de seguida, todo o espaço deveria ser totalmente plantado de trigo e toda a colheita recolhida entregue a Seta.
A parte menos conhecida desta história é o relato sobre a forma como o Rei Shesam se viu livre do pedido de Seta. Após ter ponderado sobre o que lhe tinha sido dito, chamou Seta e disse-lhe “honrarei a minha palavra; no entanto, terás que contar, grão a grão, o trigo que pediste, até teres o teu pedido integralmente satisfeito”. Ora, se Seta fosse contar os grãos, trabalhando noite e dia sem parar, no primeiro dia contaria 86.400 grãos de trigo e para contar um milhão de grãos, precisaria, no mínimo, de dez dias de trabalho contínuo. Assim, ainda que Seta passasse o resto de sua vida contando os grãos de trigo que lhe eram devidos, receberia apenas uma ínfima parte da sua recompensa”.
Salvaguardando as devidas proporções, o ritmo acelerado que o desenvolvimento tecnológico tem demonstrado nos últimos 100 anos (sobretudo nas últimas três a quatro décadas) assemelha-se muito à progressão geométrica implícita no pedido de Seta. De facto:
O mundo está mais acelerado do que nunca e isso deve-se muito ao facto da capacidade dos computadores duplicar a cada dois anos.
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