O Ano de 2050

Como será o mundo no futuro? Quantos seremos e como viveremos? Que tecnologias existirão para o nosso conforto e para nos auxiliar nas nossas tarefas do dia-a-dia?

NOTA. "A decisão de desenvolver este "projeto" surgiu na sequência de um artigo recente com alguns relatos fantasiosos sobre o que seria o futuro da humanidade, sobretudo tendo em consideração as tecnologias hoje existentes e as tendências dominantes. O "projeto" será publicado em vários artigos sucessivos.  Os cenários e considerações aqui apresentadas foram reunidos na sequência de um trabalho aturado de pesquisa realizado a partir de diversos reportagens, entrevistas, notas informativas e artigos genéricos publicados na internet. De salientar que este não é um artigo cientifico e tem como objetivo único o de apenas proporcionar alguns momentos de leitura (interessante) aos nossos sócios, não existindo qualquer intenção comercial ou de promoção pessoal, por parte de quem quer que seja".

DATA: 5 de março de 2023
"A decisão de desenvolver este "projeto" surgiu na sequência de um artigo que li no qual eram feitos alguns relatos fantasiosos sobre o que seria o futuro da humanidade numa data não distante. Em particular, o que mais me motivou foram algumas previsões que me pareceram algo erradas tendo em consideração as tecnologias que já existem hoje e as tendências dominantes. O "projeto" será publicado em vários artigos sucessivos sobre temáticas diferentes. Sublinho que este não é um artigo cientifico nem serve qualquer objetivo a não ser apenas o de proporcionar alguns momentos de leitura (espero) interessante. Espero que gostem; pelo menos tanto quanto eu gostei na pesquisa que fiz para o desenvolver.
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Autor: Carlos Alberto Monteiro de Oliveira
Data: 5 de março de 2023


"O artigo que se segue resultou de uma pesquisa que realizei com o objetivo de reunir informações sobre as inovações tecnológicas mais recentes e as tendências que resultam dessas inovações em termos da evolução expectável da nossa sociedade, tomando como referência o ano de 2050. O artigo será publicado em várias partes abordando temáticas diferentes. Espero que, pelo menos, com este artigo eu tenha contribuído para alguns momentos de leitura sobre um assunto que sempre considerei interessante.  

Autor: Carlos Alberto Monteiro de Oliveira
Data: março de 2023

Algumas considerações iniciais.

Como é que serão as cidades no futuro? Continuarão a estar organizadas em "torno" e subjugadas pelo automóvel? E a medicina continuará a ser eminentemente correctiva, como ainda acontece hoje em dia? Que novas tecnologias estarão disponíveis para serem utilizadas no ensino? E quanto às preocupações atuais relacionadas com o ambiente, como vai ser o futuro? E a população humana, seremos diferentes e viveremos mais tempo? Como é que se organizará o trabalho, sobretudo em áreas de atividade determinantes na nossa sociedade atual, como na saúde, nos serviços, na administração pública, na indústria, na agricultura, no ensino? E as viagens a longa distância, serão feitas como? E as viagens no espaço, serão já uma realidade "normal"?


Estas questões entre muitas outras igualmente interessantes, se respondidas, dar-nos-iam um vislumbre sobre o tipo de vida que os nossos netos poderão vir a ter nesse "admirável" mundo novo.

Considerando o ritmo a que as inovações tecnológicas disruptivas (que provocam uma ruptura com os modelos já estabelecidos) se têm sucedido ao longo do último século (sobretudo nos últimos 30 anos), em comparação com os dezanove séculos anteriores, estou certo que muitos de nós viventes, se retornássemos à Terra daqui a trinta ou quarenta anos, pensaríamos que tínhamos aterrado num mundo muito diferente. 

E o que poderemos encontrar? Segundo alguns, muito provavelmente encontrariamos:

  • Frigoríficos que conhecem os nossos gostos e tomam decisões sobre compras e encomendam os produtos alimentares;
  • Cidades inteligentes e em completa harmonia com ambiente;
  • Utilização generalizada de hologramas no ensino;
  • Armários que não só guardam as nossas roupas, como também as limpam e passam a ferro;
  • Máquinas de imprimir as roupas que compramos on-line e que nos são entregues imediatamente sem depender dos correios;
  • Carros que não só não poluem o ambiente como até o limpam;
  • Quartos em apartamentos que se transformam rapidamente em cozinhas ou salas de jantar ou outro tipo de espaço;
  • A possibilidade de realizarmos viagens turísticas, incluindo ao passado com recurso à realidade virtual imersiva;.


Sendo de sublinhar que muitas das tecnologias que possibilitam estas novidades já se encontram disponíveis nos dias de hoje!

Mas nem todos ficariam surpreendidos. Alguns dos nossos contemporâneos estão envolvidos nessa evolução, contribuindo com as suas inovações e influenciando as tendências que são seguidas por outros projetistas, cientistas, pensadores e decisores. Assim, as inovações tecnológicas mais recentes e as tendências atuais que estas viabilizam permitem já elaborar respostas, com alguma “segurança”, a algumas das questões anteriormente formuladas.


Assim, e tendo como inspiração propostas e teses já publicadas, propus-me estabelecer uma referência temporal não muito longínqua (mas suficientemente distante), para responder ao essencial dessas questões. O ano considerado será a pouco mais de um quarto de século da data atual; será 2050.


Quanto aos conteúdos que aqui serão publicados, eles resultarão de uma certa parcialidade – a minha opinião – uma vez que todas os cenários aqui desenvolvidos foram escolhidas entre aqueles que pesquisei e que me pareceram mais sólidos e com os quais eu mais me identifiquei.

As mais recentes inovações tecnológicas.

Antes de tentar dar respostas às questões que formulei sobre como será o futuro, é importante apresentar uma breve síntese sobre as inovações tecnológicas dos últimos 100 anos de forma a melhor contextualizar e a dar credibilidade aos cenários que irão ser apresentados para o ano de 2050.


Assim, as maiores invenções durante esse período de tempo terão sido: o modelo T da Ford (1908), por ter revolucionado a indústria automobilística e mudado o conceito de mobilidade urbana; a descoberta da penicilina (1928), que levou à criação dos antibióticos; o primeiro homem no espaço, (1961), do qual resultou a corrida para o espaço e o aparecimento da comunicação via satélite que mudou a forma como as pessoas comunicam; o computador pessoal da Xeroz (1972), que abriu um mundo de possibilidades em termos da sua aplicação prática a muitas atividades humanas e a internet, (1989), um sistema de intercomunicação e conexão entre computadores, que mudou o mundo de uma forma avassaladora.

Segundo Thomas Friedman, um conhecido colunista do The New York Times "a velocidade de avanço das tecnologias superou a capacidade humana". Ainda segundo ele "estamos num momento em que tecnologia está a evoluir mais rápido do que a capacidade humana e o ponto de inflexão terá sido em 2007, ano em que a Apple lançou o primeiro iPhone, em que os softwares que serviram de base para a computação em nuvem foram lançados, em que a Google lançou o Android;  a IBM lançou o Watson e o custo do sequenciamento de DNA e da energia solar começaram a cair". "Foi o principal ponto de transição da tecnologia desde Gutenberg".


Atualmente, as nossas vidas estão bem diferentes do que eram em 1999 e qualquer viajante do tempo que viesse de 1999 para este ano acharia, provavelmente, que muito mais tempo teria durado a sua viagem.

Não só as máquinas avançaram muito mais do que poderíamos imaginar nesses cerca de 20 anos, mas nossos próprios hábitos e modo de vida já mudaram tanto que as coisas que fazíamos em 1999 parecem tão antiquadas que dá a impressão de que "uma vida", e não apenas pouco mais do que duas décadas se passaram durante esse meio tempo.


Falar de mudanças operadas durante a última década é falar da Indústria 4.0, ou a quarta revolução industrial, liderada pela digitalização, pela conectividade, pela internet das coisas e pelas máquinas ensinadas a pensar.

Atualmente, as tendências mais importantes da inovação tecnológica são:

  • A inteligência artificial (IA), caracterizada como sendo a capacidade de uma máquina reproduzir competências humanas como o raciocínio, a aprendizagem, o planeamento e a criatividade;
  • O machine learning, uma disciplina da área da Inteligência Artificial que, por meio de algoritmos, dá aos computadores a capacidade de identificar padrões em dados massivos e fazer previsões (análise preditiva);
  • O deep learning (aprendizagem profunda), baseada no machine learning para, a partir de uma grande quantidade de dados e após inúmeras camadas de processamento com algoritmos, consegue que um computador aprenda por si mesmo e execute tarefas semelhantes às dos seres humanos, como a identificação de imagens, o reconhecimento de voz ou a realização de predições, de forma progressiva;
  • A internet das coisas, em que muitos equipamentos estão interligados e com a ajuda da inteligência artificial e machine learning possuem a capacidade de transferir dados através de uma rede sem a necessidade de interferência humana. Assim, enquanto uma dá às máquinas a capacidade de analisar dados e tomar decisões baseadas nessas informações, a outra usa esses dados para prever comportamentos e eventos futuros.

O mito da invenção do jogo do Xadrez.

Algumas evidências recentes sugerem que o xadrez terá sido inventado na China, em 204–203 a.C., por Han Xin, um general, para dar às suas tropas algo que fazer durante um acampamento de inverno.


Já segundo a lenda mais popularizada, o jogo do xadrez terá sido inventado na Índia, durante o reinado de Sheram que, maravilhado com o jogo, mandou chamar o seu inventor – Seta, um homem de origem modesta – e lhe comunicou que "para o recompensar lhe daria o presente que ele quisesse receber".

Seta, depois de pensar cuidadosamente na oferta, respondeu alguns dias mais tarde: “meu senhor, desejo que pela primeira casa me dê um grão de trigo; pela segunda casa, peço que me entreguem dois grãos de trigo; pela terceira casa, quatro grãos; pela quarta casa, oito; pela quinta casa...”.

Ao que o rei Sheram retorquiu: “basta! Será entregue a você o trigo correspondente às 64 casas do tabuleiro, tal como é o seu desejo; para cada nova casa, o dobro da quantidade da casa anterior. Entretanto, o seu pedido é indigno da minha benevolência. Ao me pedir um pagamento tão ínfimo, você menospreza de maneira irreverente a minha recompensa.


Os matemáticos do rei, após muitos e aturados cálculos e tendo chegado a um número total final, informaram o rei que para satisfazer o pedido de Seta seria necessário que que todos os reinos da Terra fossem convertidos em plantações, mandados secar os mares e oceanos, derretido o gelo e a neve que cobrem os longínquos desertos do Norte e que, de seguida, todo o espaço deveria ser totalmente plantado de trigo e toda a colheita recolhida entregue a Seta.


A parte menos conhecida desta história é o relato sobre a forma como o Rei Shesam se viu livre do pedido de Seta. Após ter ponderado sobre o que lhe tinha sido dito, chamou Seta e disse-lhe “honrarei a minha palavra; no entanto, terás que contar, grão a grão, o trigo que pediste, até teres o teu pedido integralmente satisfeito”. Ora, se Seta fosse contar os grãos, trabalhando noite e dia sem parar, no primeiro dia contaria 86.400 grãos de trigo e para contar um milhão de grãos, precisaria, no mínimo, de dez dias de trabalho contínuo. Assim, ainda que Seta passasse o resto de sua vida contando os grãos de trigo que lhe eram devidos, receberia apenas uma ínfima parte da sua recompensa”.


Salvaguardando as devidas proporções, o ritmo acelerado que o desenvolvimento tecnológico tem demonstrado nos últimos 100 anos (sobretudo nas últimas três a quatro décadas) assemelha-se muito à progressão geométrica implícita no pedido de Seta. De facto:


O mundo está mais acelerado do que nunca e isso deve-se muito ao facto da capacidade dos computadores duplicar a cada dois anos.


No próximo artigo iremos ver como poderá ser a População em 2050.

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